Já discutimos aqui no blog da Uliving a importância dos documentários na história do cinema. Depois de pegarmos as melhores produções da Netflix, viemos com mais uma baita lista, dessa vez de outro serviço: Amazon Prime Video.
Muita gente não sabe, mas o Prime Video existe há quase 15 anos – com o nome de Amazon Unbox, em 2006 a empresa lançou uma plataforma de filmes digitais. Claro que o esquema era outro – você pagava pelo download do filme, não diretamente pelo serviço de streaming. Foi em 2014 que os caras puxaram as mangas e investiram pesado na plataforma, que foi toda reformulada e relançada com mais de 5 mil títulos no ar.
Anteriormente, já mencionamos algumas das melhores séries disponíveis na Amazon no nosso post de séries para ver na quarentena. Agora, escolhemos os 10 melhores documentários da plataforma, que falam de política, moda, música e até comida.
Super Size Me
Quem nunca foi a um fast food, tipo McDonald’s ou Burger King da vida e pensou “eu comeria isso todos os dias se pudesse”? Pois bem, há quem tenha tentado.
O diretor Morgan Spurlock resolveu substituir toda a sua alimentação por itens do cardápio do McDonald’s durante um mês inteiro. O documentário “Super Size Me”, dirigido pelo próprio Morgan, acompanha esse período de mudança na vida do cara.
É um documentário muito interessante pela abordagem e pelas transformações visíveis no comportamento de Spurlock. Com aumento do peso, perda de motivação e vários outros problemas desenvolvidos ao longo do processo, o filme traz uma abordagem sobre os malefícios dos tais alimentos e dos métodos de persuasão da companhia.
Pra quem gosta de: comportamento, nutrição
Uma Verdade Inconveniente
Lançado em 2006, Uma Verdade Inconveniente foi um marco na história do cinema contemporâneo. O documentário arrebatou dois prêmios Oscar (Melhor Documentário e Melhor Canção Original), arrecadou quase 50 milhões de dólares em bilheteria e garantiu o Prêmio Nobel da Paz a Al Gore, figura principal do filme.
Nesse documentário incrível e, em pontos, quase atemporal, o ex-Vice-Presidente americano Al Gore dá uma aula sobre as mudanças climáticas acontecendo no mundo. Focando principalmente no impacto do aquecimento global, o filme traz de forma bem visual as transformações rápidas pelas quais a natureza vem passando com a interferência do ser humano.
Nas palavras do próprio Al, o filme e seu conteúdo estão “além de política, é uma questão de moral”. E errado não está: é importante lembrar que os recursos são esgotáveis e que a cada dia que deixamos de cuidar do planeta, os principais impactados somos nós.
Pra quem gosta de: ambientalismo, política, geografia
Espaço Além
A artista plástica sérvia Marina Abramović é uma das mulheres mais reconhecidas no mundo das artes no mundo. Encantada pelo Brasil e nossas particularidades, Marina veio ao nosso país para conhecer nossos diferentes culturas e diferentes regiões.
O resultado dessa viagem e das intervenções da artista é o documentário “Espaço Além – Marina Abramović”, lançado em 2016. Mostrando cenas polêmicas da artista em contanto com o candomblé, o xamanismo e espiritismo, é um filme incrível que mostram as inspirações da religião na arte – e vice-versa.
Pra quem gosta de: arte, religião, cultura, viagens
Makala
Makala estreou em 2017 no Brasil na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Disponibilizado pela Amazon no Prime Video, é um dos documentários mais incríveis e genuínos que você vai ver. Sério.
O documentário acompanha a vida de Kabwita, um jovem congolês que sonha com mudanças na sua vida. Mas nada daqueles filmes lindos em que a realidade triste é superada por uma carreira de sucesso. Não existe aqui glamourização da dor ou superação dos problemas: eles são diários.
O filme mostra Kabwita cortando árvores, percorrendo mais de 50 km de bicicleta para vender carvão e várias outras funções que desempenha. Mas mesmo assim, a miséria ainda reina. Muito além de uma bonito, é na verdade uma história real, dolorida e imprescindível de ser vista para entendermos o mundo em que vivemos.
Pra quem gosta de: política
One Child Nation
Como vimos acima, o embate entre China e Estados Unidos da América é recorrente. No documentário estadunidense One Child Nation, a política do filho único na China, vigente de 1970 a 2015, é o foco principal.
Entretanto, a abordagem é diferente: não se fala da história e implementação da política do filho único, mas sim das histórias e mudanças que eles geraram. O documentário trata das crianças abandonadas, do seximo contra as mulheres nas famílias chinesas e das violência aplicadas às famílias que quebravam a regra.
Tudo isso na visão de dois irmãos chineses – uma mulher e um homem – residentes dos Estados Unidos. É uma história pouco contada, mas absurdamente interessante. Ocidente e oriente são realmente muito diferentes.
Pra quem gosta de: política, história
China vs EUA: Impérios em Guerra
O embate entre China e Estados Unidos vem se acirrando com o passar dos anos – com a chegada da COVID-19, as discordâncias e ataques dos líderes de ambos os países aumentou ainda mais.
“China vs EUA: Impérios em Guerra” é um de muitos documentários sobre as crises políticas entre ambos os países, mas com uma abordagem diferente. Dirigido pelo francês Dufour, mostra a tentativa chinesa de dominar a ilha de Taiwan, reconhecida pelo governo da China como parte da República.
Os Estados Unidos aparecem de contrapeso na peça, que mostra a preocupação americana com o mercado e cultura chinesa. Através de depoimentos de cidadãos de ambos os países, é uma peça interessante para entender a geopolítica que divide o nosso mundo contemporâneo.
Pra quem gosta de: política, história, geografia
Muito Além do Peso
A palavra pandemia ganhou as manchetes de jornais nos últimos meses com a propagação da COVID-19. Mas antes da doença, o mundo já enfrentava doenças que afligiam populações de todos os continentes. Uma delas é a obesidade infantil.
O documentário “Muito Além do Peso” traz uma série de relatos sobre esse problema, muito presente no Brasil. Além de trazer relatos de especialistas, mostra a rotina de crianças e pais no Brasil, escancarando os problemas da má alimentação e má educação.
O consumo excessivo de açúcar, o distanciamento das crianças dos produtos naturais (uma criança olha pra um chuchu e acha que é um abacate, por exemplo) e a falta de exercícios e brincadeiras físicas são alguns dos pontos discutidos. Tendo crianças ou não em casa, é daqueles documentários indispensáveis para a nossa sociedade.
Pra quem gosta de: nutrição, ciências sociais
Humano – Uma viagem pela vida
Homofobia, xenofobia, racismo, guerra. Esses são alguns temas abordados nos depoimentos do documentário “Humano – Uma viagem pela vida”. O filme é tão incrível e necessário que sua estreia aconteceu no salão da Assembléia Geral das Nações Unidas. Sim, a ONU curtiu o filme. E com razão.
São mais de 60 depoimentos gravados em mais de 60 países diferentes, cada pessoa relatando um problema social pelo qual passou ou passa. E o mais legal do documentário é realmente a proximidade que ele cria com a gente – você sente a verdade e a dor de cada pessoa. De uma sensibilidade que poucos documentário têm.
Pra quem gosta de: comunicação, arte, política
Somos Lengua
Você com toda certeza sabe quem é Kendrick Lamar, Drake, Criolo ou Emicida. Mas você poderia mencionar um ou uma rapper mexicano(a)? Imaginamos que não.
Somos Lengua é um documentário sensacional sobre a cena musical do rap no México urbano. Mostra a importância do gênero como forma de denúncia social e também fala sobre como rap é uma ferramenta de mudança – principalmente pros grupos minorizados.
“[O rap] foi a minha primeira literatura” é uma das frases que mais marcam o filme. A música é transformadora. Esse documentário sem dúvidas também.
Pra quem gosta de: música
Stripper
Os documentários das décadas passadas eram construídos de formas bem diferentes dos documentários atuais – temáticas, abordagem, edição e tudo mais. Strippers, do diretor Jerome Gary (o mesmo que fez Arnold Schwarzenegger um astro), fala sobre a vida das mulheres que trabalhavam como strippers nos EUA na década de 1980.
Porém, o recorte é um tanto diferente: menos na profissão e mais nas pessoas. O diretor focou em ouvir as histórias e vida das mulheres do filme, mostrando muito mais de trabalhos paralelos do que seus shows noturno. O filme ainda fala sobre uma competição burlesca a ser realizada em Las Vegas e a corrida das strippers para tornarem-se estrelas;
Claro, ainda é um documentário dos anos 80 e a visão é um tanto machista e conservadora, mas é a representação de um cenário pouco mostrado no cinema na voz das próprias mulheres.